sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Trampo da Facu de Redação do Ramires

O sobá nem tão amado assim



Veja o lado das garçonetes, a parte que mais trabalha e tem menos reconhecimento.



Elas, mais do que ninguém, conhecem sobá com a palma da mão. Fazem a ponte entre quem faz o sobá e quem come.As garçonetes das barracas de sobá são peças fundamentais e invisíveis do festival,se não fossem elas você teria que ir lá na cozinha buscar o seu prato.Elas influenciam o seu humor,de acordo com o delas,e estas estão sempre sorrindo.Essas mulheres que estão sempre com um sobá na mão devem aguardar o festival ansiosamente,afinal é o ápice de seu trabalho,é a final de campeonato.Não é?E é aí que nos enganamos.

Em pesquisa informal descobriu-se que a maioria das garçonetes odeia o festival de sobá. Por incrível que pareça. Elas não agüentam mais ver um sobá. É sobá o tempo inteiro.Bem humoradas,reclamam da carga horária excessiva e das mesas cheias.´´É trabalho escravo ´´ diz Carmen*.Outra situação que irrita as moças é o resto de sobá que sobra na mesa,aquele que a patrícia pediu só para dar uma garfada e não agüentou inteiro.´´Dá vontade de mandar ela vir pegar e jogar fora´´ conta Luisa*.
O show do Leonardo também não foi bem aceito por elas, ´´ Ainda tem que ficar ouvindo Leonardo, ninguém merece´´.

As garotas mereciam mais, são quatro dias de muita entrega, literalmente, e uma entrega a domicílio de certa forma, você não precisa sair da mesa. Elas são pouco valorizadas pelos donos, que usam e abusam da energia das garçonetes. ´´Queria troca um dia com ele, ele serve e eu fico lá só vendo se está tudo certo´´ fala Carmen gargalhando. Apesar de tudo o sorriso nunca sumiu do rosto delas e o atendimento é praticamente perfeito,elas exercem muito bem sua função. E depois de horas trabalhando, no fim do expediente elas ganham uma gorjeta do dono da barraca, veja só, adivinha o que tem para elas comerem...


* Nomes fictícios



Pedro Nogueira Heiderich